ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO
Não há caminho novo. O que há de novo é o jeito de caminhar.
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, seja cada vez
mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso
correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples "obrigado"
diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até
a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há
festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível
detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que
escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas
maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior
de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos
constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,
é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao
receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está
falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar
espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de
outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É
elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias e nariz empinado
não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do
mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta
delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que
independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu,
que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é
que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é
frescura.
É a elegância do
comportamento.
“Texto – Internet – autor desconhecido”